8 de nov. de 2008

Só as autoridades não enxergam

Em frente ao Terminal, vans fazem fila para embarcar  e desembarcar passageiros - Foto: Luciana Carneiro





Apesar da megaoperação deflagrada na última quarta-feira pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que tinha por objetivo combater o transporte irregular em alguns municípios do Estado e desarticular uma suposta quadrilha que, com características milicianas, agiria por bairros gonçalenses, o livre transporte de vans e kombis piratas pelas vias de Niterói e São Gonçalo segue inabalável.

Além de motoristas imprudentes, que andam em alta velocidade, veículos sem manutenção, falta de segurança e estrutura, a bandalha acontece por todo o lugar. Em frente ao Terminal Rodoviário João Goulart, no Centro de Niterói, vans fazem ultrapassagens arriscadas, andam sem registro, utilizam a faixa exclusiva dos ônibus e param para desembarcar passageiros em qualquer local.

No horário de movimento intenso, a situação piora ainda mais. Principalmente nas importantes vias da cidade, como a Avenida Rio Branco e Rua Jansen de Melo. O trânsito fica lento e muitas vezes quase parado.

Usuários reclamam de insegurança

Além de prejudicar o trânsito, as vans são consideradas inseguras pelos passageiros. A estudante Daniele da Silva Martins, 17, que utiliza a van como alternativa na ida para casa, diz que a mãe e a tia já foram assaltadas no veículo.

"Minha tia foi assaltada na van, no trecho Niterói-Manilha da BR-101", desabafa a estudante. "E a van que minha mãe estava também foi perseguida por uma moto. Um horor", completou a estudante.

O medo de algumas pessoas em utilizar o meio alternativo não pára por aí. No bairro Portão do Rosa, em São Gonçalo, a situação não é diferente. Kombis irregulares fazem ultrapassagens perigosas e andam em péssimas condições.

"Não me arrisco a pegar Kombi. Tenho medo. Os motoristas não têm consciência e arriscam a vida dos passageiros", reclama a técnica de patologia Dayane Oliveira, 24.

A enfermeira Cíntia Moraes de Lima, 34, chama atenção à postura dos motoristas. "Os motoristas deveriam ser melhor preparados. São muito imprudentes".

Problemas em Alcântara

No Centro de Alcântara, em São Gonçalo, apesar de alguns pontos de vans serem autorizados pela Prefeitura e terem registro no Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), não há placa identificando o local como é o caso da esquina da Rua Alameda Pinto Alves com a Manoel João Gonçalves. Do outro lado da rua há um ponto da que faz o percurso Alcântara/Botafogo com placa da Prefeitura. Os motoristas no local alegam que seria um ponto de vans irregulares. No entanto, a Secretaria de Transportes do município, esclareceu que, após a finalização de obras do Terminal de Alcântara, foi necessária uma ordenação nos pontos de vans e ônibus do bairro.

Na Rua Alameda Pinto Alves, ficam as vans que fazem trajetos intermunicipais, Alcantara/Castelo - Alcantara/Niterói, e do lado oposto, Alcantara/Rio.

A Secretaria Municipal de Transportes esclarece que os pontos de vans são regulamentados e que, em breve, será colocada uma placa para identificação.

Mesmo com ponto de embarque e desembarque demarcados, muitas vans e kombis param em locais proibidos. Além disso, bem próximo da área, outras vans disputam espaço com taxistas.

A assessoria de comunicação do Detro afirma que a fiscalização é feita todos os dias e que só essa semana foram apreendidos 32 veículos irregulares em Niterói e São Gonçalo. O projeto para a regulamentação das vans intermunicipais ainda está em processo de licitação.

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